Notadamente na cultura ocidental, ganhou popularidade as chamadas “análises astrológicas generalistas” cujo sentido é municiar o indivíduo de informações preditivas do seu futuro. Deixando a cargo tão somente dos astros o comando de suas vidas.
Entretanto, nas civilizações mais antigas, a astrologia se dedicava ao estudo da ação energética que os planetas exercem sobre tudo na terra, incluindo os seres humanos e eram consideradas ferramentas para o autoconhecimento e condução de suas ações futuras, baseadas não somente em previsões mas, sobretudo em ações decorrentes do conhecimento de suas particularidades individuais e de como atuar para melhorar a história de vida a ser escrita.
O ser integral
Nessas civilizações o ser humano era considerado um microcosmo do universo, e como tal, estaria conectado com as forças planetárias através de ondas de energia vibratória que existem em nós em estado latente e às quais respondemos. Além disso, os planetas também simbolizavam deuses que deveriam ser reverenciados, demonstrando que essas forças fundamentais de vida (representadas pelos planetas) não poderiam ser ignoradas, a não ser que o indivíduo se responsabilizasse pelas consequências. Os planetas seriam, então, a forma de troca de energia entre os seres humanos e o depósito universal, representando os princípios ativos mais importantes que, simultaneamente, formam o caráter e motivam todos os tipos de auto expressão nos níveis mental, emocional e físico.
Segundo o psiquiatra e psicoterapeuta Carl Jung:
“todo estado comportamental encontra uma configuração astrológica análoga. E cada planeta manifesta um arquétipo de comportamento através de nós” e ele associou à posição dos planetas no momento do nascimento do indivíduo.
Assim, se analisarmos os planetas por esse viés psicológico/comportamental, poderemos considerá-los formando três categorias distintas.
A primeira delas incluiria os planetas relacionados aos fatores pessoais (da individualidade) e estariam nesse grupo o Sol, a Lua, Mercúrio, Marte e Vênus. Esses planetas indicam, até certo ponto, quais as forças que podemos dirigir ou modificar conscientemente e caracterizam os traços mais óbvios da personalidade, bem como os anseios mais fortes do indivíduo.
Por exemplo, todas nós experimentamos um senso de individualidade e de auto identidade condicionada pela energia do Sol (“eu sou”), uma maneira de reagir espontaneamente, baseada na memória emocional da energia da Lua (“eu sinto”), uma habilidade para raciocinar e trocar ideias com outros, indicada por Mercúrio (“eu penso”), um impulso para a ação, para a autoafirmação dado por Marte (“eu faço”) e a necessidade e a capacidade para o amor e o relacionamento íntimo imprimida por Vênus (“eu amo”).
Na segunda categoria, que estaria subjacente aos fatores pessoais supracitados, encontramos as motivações mais profundas e os fatores coletivos (ou transpessoais) simbolizados por Júpiter e Saturno que representam a postura como a pessoa deseja participar no mundo e se relacionar com a sociedade. Esses dois planetas representam estabilidade, tradição e segurança (Saturno) e as aspirações futuras, o senso de aventura, os riscos assumidos, o crescimento pessoal, a sabedoria acumulada e a nossa disciplina nos caminhos espirituais que conduzem à libertação e à elevação (Júpiter).
Segundo Arroyo (2013), esses dois planetas também indicam profundos estados de ser, experimentados como necessidades super conscientes (Júpiter) ou subconscientes (Saturno).
E a terceira categoria formada por Urano, Netuno e Plutão, simboliza as fontes de mudança na vida, as dimensões transcendentes de experiência e as energias mais sutis, com as quais estamos afinados. As energias emitidas por esses planetas atuam sobre as nossas faculdades conscientes através da inspiração, da percepção, da intuição, de um conhecimento inato que não é aprendido através do intelecto. Representa o impulso no sentido de refinar a nossa natureza mais íntima. Quando essas energias transformadoras se tornam ativas em nós, observamos haver um abalo nos nossos padrões de vida segmentados, permitindo que as mudanças ocorram.
Fica evidente assim, que a influência energética exercida pelos astros na nossa vida é muito mais abrangente do que poderíamos imaginar, entretanto, para que ela possa ser conscientemente direcionada, é necessário inicialmente ser reconhecida, receber a devida atenção e, acima de tudo, acolhida. E isto tudo representa uma única palavra: AUTOCONHECIMENTO. Ao contrário, quando não temos percepção da atuação dessas forças em nossa vida, ficamos à mercê dos seus efeitos.
Os astros para se conhecer melhor
A astrologia pode ser sim muito útil para o autoconhecimento, desde que utilizemos, dos conceitos corretos e não busquemos somente previsões futuristas, mas busquemos seus conteúdos de estudos para assumir a direção do nosso futuro em busca da evolução como seres humanos e espíritos de luz.
Juliana Villacorta gravou um vídeo sobre esse tema nos chamando para refletir sobre a importância de desenvolvermos o autoconhecimento e conduzirmos nossas vidas com clareza e confiança.
Então, aperte o play!
Paz e Luz!
Literatura sugerida
Dasa, Gunesvara. Astrologia Comportamental Ayurvédica. Ed. Sankirtana Books, 2013.
Arroyo, S. Astrologia, Psicologia e os Quatro elementos. Ed. Pensamento, 2ª ed., 2013.
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