Caridade: instrumento de Deus nas mãos do homem

16 - 11 - 20

[Júlia Albuquerque]

À todo momento nos deparamos com situações que nos inquietam, que nos angustiam, que nos são estranhas ao coração. Destas, em quantas nos posicionamos? Há pouco mais de dois mil anos Jesus Cristo disse:

“fora da Caridade não há salvação.”

Mas, salvação de quê? Para quê?

A crença na continuidade da existência pode gerar certo temor do futuro e favorecer a adoção de atitudes aparentemente mais aprazíveis ao bem. Será que isso é exercício de Caridade? De que serviria então a Caridade para aquele que é crente apenas na vida terrena encarnada, no presente?

A Caridade da qual nos fala Jesus é a Caridade que nos leva a nos salvar de nós mesmos; dos nossos preconceitos, dos nossos vícios, do nosso orgulho, da nossa prepotência e principalmente da nossa apatia e impassibilidade. É a Caridade que nos salva no agora – pedaço de Eternidade – e no futuro, para que possamos usufruir do bem viver e evoluir no amor. Para isso é preciso se fazer ativa, se fazer voz.

Não foi cruzando os braços que Jesus Cristo deixou sua imensa marca de Amor na história. Muito pelo contrário, foi os abrindo para acolher todo aquele que desejasse experimentar da chance de se transformar através do gesto, através do Amor posto em prática: através da Caridade. Jesus não foi um passivo pregador da palavra de Deus, foi sim um líder revolucionário, tanto abalou as estruturas de poder de sua época que foi perseguido, torturado e morto. Tamanho o medo daqueles que ainda não experimentaram a força da Luz e acreditam poder exterminá-la com o apagar de uma vela. Descobrirão que uma chama, ao acender outra, se perpetua, queima, transforma e ilumina.

Exemplos não nos faltam de pessoas que escolheram a Caridade ativa: Zilda Arns, Chico Mendes, Malala Youzafzai, Greta Thunberg, Pe. Airton Freire, Chico Xavier, Gandhi, Sebastião Salgado, Nise da Silveira e tantos outros – anônimos para nós, indispensáveis para tantos outros. Eles nos mostram que a Caridade pode se expressar nas mais diversas áreas. O gesto, a ação caridosa não tem um único gatilho, bem como não tem um único destino. Tem sim, um único propósito: transformar realidades para melhor, sem autopromoção, mas sim por uma causa.

A verdadeira caridade, essa que se constrói a partir dos nossos valores e que se faz força nas nossas ações, a essa é preciso descobri-la. Ela está por aí, o tempo todo, enchendo de magia e calor os corações, lutando, não esmorecendo, resistindo e resgatando da dor e do desamparo aqueles, tantas vezes negligenciados. 

A verdadeira Caridade é tão potente que a todos encontra, mas não se mostra à toa, é preciso querer encontrá-la. Encontrá-la dentro de si, naquele espacinho mais íntimo e precioso, naquele lugar em que descobrimos nosso caminho, que percebemos a diferença que podemos fazer, que identificamos que temos força para questionar, fé para nos sustentar e dignidade para construirmos um mundo de paz. 

Assim reconhecemos: somos Luz, somos Bem, somos Amor, somos Coexistência.

Compreensão sobre a Caridade com Divaldo Franco
Canal no YouTube: P.S. Eu Amo o Espiritismo

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