[Darcy Girão]
Muito se fala a respeito da caridade e dos seus feitos, mas será que sabemos seu real significado? Existe um jeito certo de praticá-la?
Vamos começar pelo seu significado no dicionário:
Caridade
substantivo feminino;
1. Virtude teologal que conduz ao amor a Deus e ao seu semelhante.
2. Ato pelo qual se beneficia o próximo, esp. os pobres e os desprotegidos.
3. Disposição favorável em relação a alguém em situação de inferioridade (física, moral, social, etc.); Compaixão, benevolência, piedade.
4. Donativo ou ajuda que se dá aos pobres, esmola, benefício.
Origem
ETIM lat. carĭtas,ātis ‘carestia, preço alto; amor; caridade’
Diante disso podemos observar que em sua origem a caridade também é sinônimo de amor, um amor devotado ao próximo, que não espera nada em troca, mas busca realizar o bem a qualquer um que esteja precisando.
Muitas vezes associamos o ato de caridade a doação de dinheiro, bens, mas seu significado vai muito além disso, estender a mão, ouvir quem nos procura com um problema, não julgar os outros também são maneiras de exercê-la.
Nas minhas pesquisas sobre o tema cheguei a palavra Ágape, que é uma de muitas palavras gregas para o amor. Foi usada pelos cristãos e aparece mais de 300 vezes na Bíblia. Seu significado seria, uma expressão do amor que não discrimina, não exige, e vem de uma decisão voluntária.
São Paulo na sua carta aos Coríntios assim o descreve:
“O amor (agápe) é paciente, o amor é amável. Sem inveja, ele não tem ostentação, ele não é orgulhoso. Não é rude, ele não é interessado, ele não se irrita facilmente, ele não mantém nenhum registro dos erros. O amor não se deleita com o mal mas rejubila com a verdade. Protege sempre, confia sempre, sempre tem esperança, sempre persevera. O amor nunca falha.”
Na doutrina espírita, a caridade é dever moral de todo homem e não está resumida no auxílio material. Isso podemos observar na pergunta no O Livro dos Espíritos:
886. Qual o verdadeiro sentido da caridade como a entendia Jesus?
Benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições dos outros e perdão das ofensas.
No Evangelho segundo o Espiritismo encontramos uma comunicação de Paulo, o apóstolo que diz:
“Deixem que a caridade controle todas as suas ações, pois ela além de impedi-los de fazer o mal, vai levá-los a fazer o bem. Não basta uma virtude passiva, é preciso uma virtude ativa. Para fazer o bem é preciso sempre a ação da vontade. Para fazer o mal basta não fazer nada e ficar indiferente às coisas que acontecem.”
Assim a caridade é um ato sublime de amor ao próximo. O auxílio desinteressado, o acolhimento do outro como ele é, o respeito às diferenças, a escuta sem julgamento são caridade. E quando fazemos isso, sem esperar nada em troca, crescemos mutuamente, porque vamos aprendendo a enxergar Deus em cada ser humano.
E aos poucos cumprimos a máxima trazida por Jesus: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Deixando para trás tudo aquilo que não pertence a esse mandamento, podemos desfrutar dessa existência com mais leveza e felicidade.
E porque a CARIDADE se veste de tantos nomes, de tantos valores, é que nos reunimos na Quinta de Luz. Para trabalhar a serviço do amor, que começa em cada um de nós e se expande para todos os seres. Durante toda essa semana, nas nossas plataformas digitais, vamos deixar a Caridade tomar conta e no vídeo a seguir, vai um pouquinho das nossas reflexões sobre a grande virtude.
Dá o Play! Paz e Luz!
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