A solidariedade a serviço da educação

13 - 12 - 21

Entendendo que solidariedade é qualidade daquele que é solidário, que está disposto a ajudar, estamos falando que ser solidário trata-se de alguém que é capaz de afetar-se com os momentos difíceis dos outros, as dificuldades de outras pessoas e, por conseguinte, procura meios de auxiliar. Será que nascemos solidários? Seria esta, uma característica que podemos nos tornar a ser?

Ana Paula Viana traz em sua conversa elementos de reflexão sobre este tema e ferramentas que possam ajudar a conduzir uma educação pautada no desenvolvimento da solidariedade, tanto a educação contribui para o ser solidário quanto a solidariedade dá subsídio para uma boa educação. Uma vez que estamos precisando construir um mundo mais humano e mais fraterno, uma sociedade mais justa e igualitária, a educação chega para corroborar com este propósito.

Ao indivíduo que se envolve em trabalhos solidários, sente em si um impulso para servir, doa seu tempo, disposição e conhecimento, volta-se para o outro tanto para auxiliar nas  demandas deste quanto nas suas motivações para fazê-lo. E, com isso, ser solidário significa engajamento, consciência,  participação e contribuição na construção de uma sociedade mais equilibrada e igualitária. 

Qual a contribuição do espiritismo para o desenvolvimento do ser solidário? 

O propósito de interesse no bem estar geral, move o espírita na defesa de uma convivência social com garantias fundamentais para todos que renascem. Sim, pois a crença nas vidas sucessivas, na reencarnação,  estimula o espírita a não pensar só em si, a afetar-se na devida proporção com os acontecimentos alheios, a cuidar dos interesses de todos, de forma inclusiva. Quando chega essa consciência, o indivíduo sente-se imbuído do sentimento de trabalhar pelo aprimoramento de suas implicações para com  todos os outros indivíduos, assim como, para com a natureza, animais, meio ambiente, porque ele passa a compreender a construção de uma saudável ligação entre todos os seres alicerçada na igualdade, na caridade e na solidariedade. 

No livro “O problema do Ser, do Destino e da Dor”, o autor Léon Denis, que foi um dos principais continuadores dos postulados do Espiritismo pós Allan Kardec, exemplifica em dois capítulos diferente (Cap XVI e XVII), que a lei da reencarnação:

 “…ensina-nos que os homens são solidários uns com os outros, unidos por uma sorte (destino) comum. As imperfeições sociais, de que todos mais ou menos sofremos, são os resultados de nossos erros coletivos no passado. Cada um de nós traz a sua parte de responsabilidade e tem o dever de trabalhar para o melhoramento do destino geral.” [Cap XVI] 

“A doutrina das reencarnações aproxima os homens mais do que qualquer outra crença, ensinando-lhes a comunidade de origens e fins, mostrando-lhes a solidariedade que os liga a todos no passado, no presente, no futuro. Diz-lhes que não há, entre eles, deserdados nem favorecidos, que cada um é filho de suas obras, senhor de seu destino. Nossos sofrimentos, ocultos ou aparentes, são consequências do passado ou também a escola austera onde se aprendem as altas virtudes e os grandes deveres. [Cap XVIII]

Solidariedade – esse sentimento/atitude de reconhecer e identificar necessidades alheias – nos habilita a sairmos  de nós mesmos, nos colocarmos no lugar do outro, ativarmos a ação de cooperação e colaboração. Visando uma educação pautada em padrões cada vez menos egocentrados, trazer esse conceito para vida da criança desde cedo implica em algumas posturas e atitudes por parte dos adultos familiares e educadores escolares. Quer saber um pouco mais sobre isso? Confere o vídeo que nossa trabalhadora Ana Paula Viana preparou! 

Jesus viveu para agregar e consolar, mesmo tendo vivido em um tempo distante, seus ensinamentos permanecem atuais. Ele nos chamou, e nos chama, à prática da assistência e ajuda mútua, a viver a solidariedade e o trabalho em prol do outro:

“…quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo; tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir…” (Mt 20: 26-28).

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