Gestar vem do latim “gestare” que significa trazer consigo, carregar, levar. Trata-se de um verbo designado para descrever o ato de dar origem a alguma coisa, criar dentro de si, ligado a ideia de conceber. Já a gestação, vem do latim “gerere”, gerar, sendo aquele que está “gravidus” o que carrega, o que leva. Mas leva o que? Ou melhor, leva quem? E para onde?
São muitas as perguntas em torno da origem e finalidade da humanidade. E quando estamos diante do divino milagre do nascimento, essas dúvidas se acentuam. Foi motivado por pedidos de orientações que resolvemos preparar este texto. Para, muito mais do que dar algum esclarecimento sobre esse processo de vinda dos seres ao plano encarnado, disponibilizar fontes para que todos os que tenham interesse possam guiar seus estudos.
Para o espiritismo, o espírito, enquanto centelha divina individualizada, necessita da arena física, para despertar e exteriorizar suas potencialidades. Assim, a encarnação humana torna-se uma necessidade para o desenvolvimento da individualidade extrafísica criada simples e ignorante. É através das vicissitudes da vida corporal que o espírito tem a chance de se aprimorar e evoluir.
A reencarnação na Codificação
Começando pela Codificação Espírita, na questão 344 de O Livro dos Espíritos, que nos esclarece o processo reencarnatório iniciando na concepção. É importante ressaltar que esse processo de ligação do espírito designado para aquele corpo, que será gerado a partir da fecundação, não se completa de imediato. E para que haja essa concepção, faz-se necessário todo um planejamento reencarnatório prévio, para que o espírito reencarnante se prepare para os desafios daquela vivência terrena. Este planejamento está explicitado no mesmo livro, na questão 258, onde os espíritos esclarecem sobre a consciência e participação do espírito reencarnante no próprio planejamento encarnatório, fazendo alusão ao livre-arbítrio.
Sob o olhar espírita
Mesmo entendendo a codificação como principal fonte de estudo das temáticas espíritas, tanto a gestação, como a reencarnação e o processo de parentalidade que a envolvem ganharam grandes expoentes ao longo dos anos.
Um deles foi o espírito André Luiz, que através do médium Chico Xavier pôde nos elucidar sobre a vida no mundo espiritual. Esta série foi indicada e comentada em vídeos anteriores disponíveis na nossa plataforma. Em Nosso Lar, o primeiro livro da série, André Luiz nos expõe a organização funcional da colônia espiritual em ministérios, descrevendo o Ministério da Reencarnação como sendo responsável por planejar os processos reencarnatórios. Nesta obra o autor explica o processo de escolha dos pais, as relações existentes entre eles e a não aleatoriedade dos laços parentais terrenos. Já em Missionários da Luz, o autor descreve de forma biológica o processo de fecundação e a atuação espiritual neste.
Outra obra importante para a compreensão do encarne e da ligação entre pais e filhos é o livro escrito por Hermínio Correia de Miranda, intitulado Nossos Filhos são Espíritos, de 1991. Nesta obra o autor aponta para a existência de um espírito imortal, dotado de personalidade, maturidade e tendências prévias, daquele corpinho frágil no início da vida. Ressalta a importância dos pais no exercício da modulação dessas tendências através da educação e dedicação. Na questão 208 de O Livro dos Espíritos está descrito como sendo “missão” do espírito dos pais educar seus filhos, apontando para a importância de se preparar para a sublime tarefa de proporcionar o nascimento.
Outra autora espiritual que traz a gestação em suas obras é Joanna de Ângelis. Psicografada por Divaldo Franco, em Adolescência e Vida a autora trata das questões relacionadas ao processo de gravidez neste período do desenvolvimento humano, ressaltando de forma sublime os desafios da experiência. Ressalta ainda que não existe gravidez por acaso, da mesma forma que não basta a uma mulher querer engravidar para que a gravidez ocorra. A vinda de um espírito à existência corporal, ainda que por poucas horas, faz parte de um programa reencarnatório minucioso, como dito acima. No livro Alerta, a autora trata temas como aborto e as chamadas “alma-problema”, ressaltando a importância de resignação e amorosidade dos pais.
Os livros
Atualmente outras obras têm abordado de forma atual e abundante o tema. Preparamos abaixo uma listinha para aqueles que desejem se aprofundar no assunto. Tratam-se de obras descritivas, algumas com cunho mais psicológico, e outras na vertente de romances espíritas, que estão disponíveis nos mais variados formatos.
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