Educar uma criança é sempre uma tarefa desafiadora, que levanta sempre muitos questionamentos para os pais. Será que estamos fazendo certo?
O melhor caminho para ensinar nossos pequenos é o exemplo. Se desejamos que eles sejam bondosos, empáticos, solidários, devemos sê-lo no nosso dia a dia, nas pequenas e nas grandes coisas. É como diz uma frase atribuída a Confúcio:
A palavra convence, mas o exemplo arrasta.
Que possamos acolher nossas falhas e na busca por fazer diferente, mostrar que faz parte cair, somos humanos e em constante aprendizado. Assumir os erros e pedir desculpas, não nos tira a moral, mas ensina também a perdoar.
É preciso ser verdadeiro para que nossos filhos entendam que a empatia e aceitação começa dentro de casa com os seus.
Carinho, colo, afeto não estragam, apenas fortalecem a confiança de que eles têm com quem contar, não importa a hora, nem o lugar.
A infância é muito curta, mas é nela que construímos as bases para a vida adulta e cientes disso podemos nos permitir como pais e cuidadores sermos os grandes exemplos desses seres que nos foram confiados nessa vida.
Nada tem a ver com a permissividade, não contrariar, fazendo assim temos pequenos reizinhos mandões. Aqui deixo a dica de livro de Ruth Rocha: O reizinho mandão. Frustrações são inevitáveis, fazem parte da nossa vida e as crianças precisam aprender com o seu não, o seu limite.
Não precisamos ser infalíveis e perfeitos para nossos pequenos, não se trata de um bom exemplo, mas a capacidade de entendermos e lidarmos com nossas próprias emoções e comportamentos. E isso obtemos através do autoconhecimento.
É preciso coerência nos exemplos e apoio que as crianças precisam para se desenvolverem em equilíbrio, sem excessos ou faltas.
Assim encontramos no Livro dos Espíritos:
919. Qual o meio prático mais eficaz para se melhorar nesta vida e resistir ao arrastamento do mal?
— Um sábio da Antiguidade vos disse: “Conhece-te a ti mesmo”.
919-a. Compreendemos toda a sabedoria dessa máxima, mas a dificuldade está precisamente em se conhecer a si próprio. Qual o meio de chegar a isso?
— Fazei o que eu fazia quando vivi na Terra: no fim de cada dia interrogava a minha consciência, passava em revista o que havia feito e me perguntava a mim mesmo se não tinha faltado ao cumprimento de algum dever, se ninguém teria tido motivo para se queixar de mim. Foi assim que cheguei a me conhecer e ver o que em mim necessitava de reforma. Aquele que todas as noites lembrasse todas as suas ações do dia, e, se perguntasse o que fez de bem ou de mal, pedindo a Deus e ao seu anjo guardião que o esclarecessem, adquiriria uma grande força para se aperfeiçoar, porque, acreditai-me, Deus o assistirá. Formulai, portanto, as vossas perguntas, indagai o que fizestes e com que fito agistes em determinada circunstância, se fizestes alguma coisa que censuraríeis nos outros, se praticastes uma ação que não ousaríeis confessar. Perguntai ainda isto: Se aprouvesse a Deus chamar-me neste momento, ao entrar no mundo dos Espíritos, onde nada é oculto, teria eu de temer o olhar de alguém? Examinai o que pudésseis ter feito contra Deus, depois contra o próximo e por fim contra vós mesmos. As respostas serão motivo de repouso para vossa consciência ou indicarão um mal que deve ser curado.
O conhecimento de si mesmo é portanto a chave do melhoramento individual. Mas, direis, como julgar a si mesmo? Não se terá a ilusão do amor-próprio, que atenua as faltas e as torna desculpáveis? O avaro se julga simplesmente econômico e previdente, o orgulhoso se considera tão somente cheio de dignidade. Tudo isso é muito certo, mas tendes um meio de controle que não vos pode enganar. Quando estais indecisos quanto ao valor de uma de vossas ações, perguntai como a qualificaríeis se tivesse sido praticada por outra pessoa. Se a censurardes em outros, ela não poderia ser mais legítima para vós, porque Deus não usa de duas medidas para a justiça. Procurai também saber o que pensam os outros e não negligencieis a opinião dos vossos inimigos, porque eles não têm nenhum interesse em disfarçar a verdade e geralmente Deus os colocou ao vosso lado como um espelho, para vos advertir com mais franqueza do que o faria um amigo. Que aquele que tem a verdadeira vontade de se melhorar explore, portanto, a sua consciência, a fim de arrancar dali as más tendências como arranca as ervas daninhas do seu jardim; que faça o balanço da sua jornada moral como o negociante o faz dos seus lucros e perdas, e eu vos asseguro que o primeiro será mais proveitoso que o outro. Se ele puder dizer que a sua jornada foi boa, pode dormir em paz e esperar sem temor o despertar na outra vida.
Formulai, portanto, perguntas claras e precisas e não temais multiplicá-las: pode-se muito bem consagrar alguns minutos à conquista da felicidade eterna. Não trabalhais todos os dias para juntar o que vos dê repouso na velhice? Esse repouso não é o objeto de todos os vossos desejos, o alvo que vos permite sofrer as fadigas e as privações passageiras? Pois bem: o que é esse repouso de alguns dias, perturbado pelas enfermidades do corpo, ao lado daquilo que aguarda o homem de bem? Isto não vale a pena por alguns esforços? Sei que muitos dizem que o presente é positivo e o futuro incerto. Ora, aí está, precisamente, o pensamento que fomos encarregados de destruir em vossas mentes, pois desejamos fazer-vos compreender esse futuro de maneira a que nenhuma dúvida possa restar em vossa alma. Foi por isso que chamamos primeiro a vossa atenção para os fenômenos da Natureza que vos tocam os sentidos e depois vos demos instruções que cada um de vós tem o dever de difundir. Foi com esse propósito que ditamos O Livro dos Espíritos.
SANTO AGOSTINHO
Comentário de Kardec: Muitas faltas que cometemos nos passam despercebidas. Se, com efeito, seguindo o conselho de Santo Agostinho, interrogássemos mais frequentemente a nossa consciência, veríamos quantas vezes falimos sem disso nos apercebermos, por não perscrutarmos a natureza e o móvel dos nossos atos. A forma interrogativa tem alguma coisa de mais preciso do que uma máxima que em geral não aplicamos a nós mesmos. Ela exige respostas categóricas, por um sim ou um não, que não deixam lugar a alternativas: respostas que são outros tantos argumentos pessoais, pela soma das quais podemos computar a soma do bem e do mal que existe em nós.
E assim encerramos nossa reflexão com mais uma questão do Livro dos Espíritos:
625. Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo?
“Jesus.”
Fiquemos então com o nosso maior exemplo de amorosidade, acolhimento, paciência e fé.
Vamos conferir o vídeo que Ana Paula preparou, aperta o play.
0 comentários