A humanidade tem dificuldade em falar sobre temas complexos e dolorosos. Por vezes, eles se tornam tabus, é assim com a Morte, o Câncer, a Depressão e muitos outros. O grande problema que isso causa é que, em não falar, não se pode tratar e muitas vidas ficam vagando nas dores e nos tormentos sem encontrar apoio para uma nova realidade.
O Suicídio está entre esses tabus criados pelo homem. A falta de informação, o não debate e a não escuta sobre o tema, leva ao preconceito e a morte de muitas pessoas. Hoje já se sabe que é um assunto de Saúde Pública, que a prevenção é possível em 90% dos casos, que há questões patológicas e existenciais ligadas a idealização suicida. Eliminar o assunto é um erro grave que cometemos há anos, aprender como falar sobre ele é um ato de amor, responsável e fraterno.
“O silêncio em torno do assunto alimenta a passividade, quando o momento deveria ser de ação”
(André Trigueiro, Livro VIVER é a melhor opção)
Para além das questões dogmáticas, o Espiritismo nos convida a olhar o Suicídio despido de preconceitos para quem o considera uma possibilidade, tanto quanto para as consequências do ato consumado. Na verdade, é preciso iniciar essa conversa conectando-se a compaixão e ao acolhimento que existe em nós. Só assim teremos condições de abrir a consciência para um assunto tão importante para a humanidade.
“O Espiritismo nos ensina que devemos enfrentar com calma essas contrariedades, tratando-as como acontecimentos passageiros, pois a vida continua e nossos sofrimentos não são eternos.”
(O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap 5, 14 – O suicídio e a loucura)
Desilusões, medo da vida, melancolia e depressão estão entre as problemáticas que levam ao pensamento suicida. A ideia materialista de que tudo se acaba com a morte, abre caminho para que o homem acredite que pode dar fim ao seu próprio sofrimento. Pesquisas apontam que, na verdade, o suicida não quer morrer, ele quer parar de sofrer! Porém, com o pensamento de que o espírito é imortal, o suicida apenas inicia uma nova etapa de sofrimentos através do autoextermínio.
“Todos os suicídios têm como causa principal um descontentamento. […] Portanto, aquele que tem a certeza de ser infeliz apenas por um dia e sabe que nos dias seguintes estará melhor, consegue ter mais paciência, pois percebe que a infelicidade é apenas momentânea. O homem só se desespera quando pensa que seus sofrimentos não terão um fim.”
(O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap 5, 15 – O suicídio e a loucura)
Muito maior do que os nossos julgamentos é a existência da misericórdia de Deus e dos ensinamentos compartilhados por nossos amigos encarnados e desencarnados. Convidamos você a dar uma chance a si mesmo e entender um pouco sobre o que o Espiritismo nos revela sobre o suicídio através da nossa dirigente Alexsandra Vieira e dos grandes conferencistas espíritas Divaldo Franco, Raul Teixeira e André Trigueiro.
A visão espírita
“Por que as pessoas têm uma ideação suicida? Por que as pessoas cometem o suicídio?” são perguntas que estão sempre as nos rondar. Alexsandra Vieira convida a uma reflexão, como seres espirituais que somos, sobre a nossa trajetória, nossa programação de existência. Ela também fala sobre como a misericórdia divina atua em nossas missões, nos levando a pensar sobre a melancolia, o pertencimento e a preservação da vida. Assim como as causas que levam o ser humano a uma profunda confusão mental e os recursos que temos para vencer as ideações suicidas.
“Encarar a vida terrena com calma, resignação e fé no futuro dá ao Espírito uma serenidade que é a melhor defesa contra a loucura e o suicídio.”
(O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap 5, 14 – O suicídio e a loucura)
Divaldo Franco viveu de perto, nessa encarnação, a dor que acomete a família com a perda de um ente querido quando do suicídio da sua irmã. Ele vai além da sua dor e fala sobre o sentido da vida, discorre sobre o sentido ético da vida através do tempo e da história da humanidade.
No vídeo a seguir “Em defesa da Vida: Suicídio”, para a Federação Espírita Portuguesa, ele afirma: “Devemos compreender que a vida tem um sentido muito significativo, não só para nós, como para a sociedade”.
O Físico e Conferencista Espírita, Raul Teixeira, apresenta a proposta do Espiritismo em acolher e socorrer o suicida. Os pensamentos que induzem o erro de acreditar que, dando o fim a própria vida, é possível eliminar a dor. Fala também sobre as consequências espirituais por uma escolha tão dolorosa e como podemos nos preparar para a morte.
Na entrevista para TV da Federação Espírita do Rio Grande do Norte, Raul nos diz que “nós nos preparamos para a morte, sempre que nos preparamos para a vida”.
Foi durante uma reunião mediúnica que André Trigueiro descobriu ter um irmão que suicidou-se e que uma de suas missões nessa vida é trabalhar pela Prevenção do Suicídio. Com os seus recursos de jornalista, André fez uma grande pesquisa e escreveu o livro “Viver é a melhor opção: Prevenção do suicídio no Brasil e no mundo”. A publicação é um estudo criterioso sobre o suicídio e, no final, ele dedica um capítulo a visão que a Doutrina Espírita tem sobre o assunto. André acredita que a informação é um recurso importante para auxiliar na prevenção e no acolhimento daqueles que tem ideias suicidas.
No dia 21 de junho, André iniciou um estudo do livro, sempre aos domingos no seu canal no Youtube, simultaneamente com o seu perfil no Instagram, percorrendo cada capítulo. Uma conversa espírita, ampla, que vai desde a ciência até a espiritualidade. Explica porque o suicídio é considerado uma questão de Saúde Pública, traz dados da OMS, entrevistas com especialistas, os tratamentos terapêuticos, o que a Doutrina Espírita coloca e como podemos ter ações cotidianas de ajuda e preventiva aos que tem ideações suicidas.
Nos vídeos a seguir, André Trigueiro compartilha: “o que eu mais aprendi com os profissionais de saúde que lidam com o suicídio é que a palavra chave para gente ajudar quem esteja nessa situação é o ACOLHIMENTO, não é o JULGAMENTO”.
A renda da venda do livro é totalmente entregue ao CVV – Centro de Valorização da Vida.
O livro é vendido no site da Editora Espírita Candeia
CVV | Centro de Valorização da Vida – Organização não governamental de apoio emocional e prevenção do suicídio no Brasil, fundada em 1962, não possui vinculações políticas ou religiosas e sobrevive com a ajuda dos próprios voluntários. Para atendimento (24 horas, diariamente) ligue 188 ou fale pelo chat no site
Paz e Luz!
Muito bom esse artigo. Já utilizei o CVV quando fiquei viúva com quatro filhas pequenas.Sempre tive muita curiosidade sobre o assunto. De vez em quando me vem essa angústia, essa vontade de ir embora…. Acredito que essa leitura me será muito valiosa. Obrigada!!!