João Figueiredo
Ao longo do tempo algumas perguntas sempre acompanharam o ser humano. Quem sou? De onde vim? Para onde vou?
Na Doutrina Espírita encontramos algumas respostas para estas perguntas.
Quem somos nós? Segundo a Revista Espírita de Fev de 1867, “O Homem é composto de três princípios essenciais o Espírito o Perispírito e o corpo”
De onde viemos? O Livro dos Espíritos nos diz na questão 78, que fomos criados por Deus, mas não esclarece exatamente como e quando.
Para onde iremos após a morte? Resposta a pergunta 149 (LE), “Volta a ser Espírito, isto é volve ao mundo dos Espíritos, donde se apartara momentaneamente”.
André Luiz, no livro Obreiros da vida Eterna, relata no capítulo 18 (Desprendimento Difícil) um processo de desenlace. Nós encarnamos para que possamos dar prosseguimento ao nosso processo evolutivo, e lidar com deficiências que precisam ser superadas.
Podemos comparar nossa passagem pela Terra como uma viagem de trem, na qual antes de embarcarmos fazemos um planejamento com a ajuda de mentores. E assim escolhemos percurso duração, e demais passageiros com que iremos partilhar o mesmo vagão (família amigos) se iremos viajar na primeira segunda ou terceira classe, se seremos ricos ou pobres, saudáveis ou com deficiências.
Costuma-se dizer que nós encarnamos no local apropriado e cercado das pessoas e condições certas para o nosso desenvolvimento (traremos nossas malas contendo qualidades já adquiridas em “viagens” anteriores) e que deverão ser usadas para ajudar no nosso progresso e o dos nossos companheiros de viagem. Mas também trazemos “fardos” dificuldades (provas que alguns chamam de Carma) pelas quais deveremos passar e superar para que possamos nos desenvolver.
E assim vai seguindo a viagem, a cada estação descem os passageiros que concluíram seu percurso e são recebidos por velhos amigos que os esperavam. Infelizmente alguns não suportando seus “fardos” saltam do trem em movimento, na busca de uma saída através do suicídio, tendo de depois recomeçar a viagem em condições mais difíceis.
Algumas vezes desembarcam grande número de passageiros ao mesmo tempo (Desencarnes coletivos) causados por guerras cataclismas e Pandemias como ora acontece com o Convid-19. Eventos que acontecem de maneira cíclica e talvez tragam consigo uma mensagem para que o Homem reveja seu comportamento face à Natureza e a seus semelhantes.
Mas, em cada estação, também começam a embarcar novos passageiros e alguns desses com melhores aptidões (Crianças índigos). Espíritos mais evoluídos com um padrão mais condizente com o novo mundo que o Planeta Terra se tornará (passando de um Mundo de Provas e expiações para um Mundo de regeneração).
O desafio maior de nossa viagem é o relacionamento com os demais passageiros (nossos irmãos), pois precisamos nos esforçar para nos aceitar com todas as nossas diferenças e nos perdoarmos mutuamente não apenas sete vezes mas setenta vezes sete como foi dito, e sem esquecer a prática da maior das virtudes a Caridade sob todas as suas formas.
Para que o mundo mude é preciso que a mudança comece primeiro em cada um de nós. É a reforma íntima, uma mudança de atitudes que é citada por Paulo (em Coríntios 5.7). Mudança necessária até porque o modo como pensamos e como agimos determina nossa relação com os Encarnados e Desencarnados que nos rodeiam. Em relação aos vivos, dize-me com quem andas e te direi quem és. Em relação aos Espíritos, dize-me como pensas e como ages e direi quem anda contigo.
Viver em paz consigo mesmo e em harmonia com o próximo é uma necessidade para evoluir, um dos passos é pôr em prática a máxima escrita no Templo de Delfos (Grécia Antiga), “Conhece a ti mesmo”. Avaliar nossos defeitos e qualidades e nos amar, para daí podermos começar a “amar o próximo como a si mesmo”, pondo em prática o segundo maior Mandamento que nos foi deixado por Cristo. E sem esquecer da prática da Caridade (sob todas as suas formas), sem a qual “Não há salvação”.
Por fim, acabaremos por chegar ao nosso destino final desta viagem que ora fazemos (com certeza uma dentre muitas que ainda faremos) na direção do Ser Supremo de bondade e sabedoria que nos criou e do Qual temos uma centelha dentro de nós. Conforme já aconteceu com outros, talvez sejamos recebidos pelos amigos que lá deixamos. Mas em seguida seremos chamados pelos mentores que nos ajudaram no planejamento da jornada para prestarmos conta sobre as tarefas a que nos propusemos. Eles nos perguntarão sobre o que fizemos daqueles “Talentos” recebidos, se os multiplicamos e os usamos de maneira produtiva para nós e o próximo ou os enterramos como fez o servo da Parábola. E se durante a viagem permanecemos ociosos, admirando a paisagem da janela do trem, é bem possível que uma velha Senhora chamada Consciência não nos deixe ficar sossegados, nos atormentando com a culpa pelas oportunidades não aproveitadas.
João, que texto lindo! Compramos o bilhete para a nossa viagem, que saibamos usufruí-la para realmente sairmos do lugar e durante o percurso conviver bem e agir adequadamente com nossos parceiros de vagão e juntos enfrentarmos as dificuldades que aparecerem no caminho.
Tenha certeza que o seu texto nos ajuda nesse trajeto! Obrigada.
Texto lindo de composição completa. Viver é o melhor caminho independente de onde estejamos, de onde viemos e para onde iremos, pois iremos está vivendo em qualquer lugar, o como é que faz uma diferença siguinificativa.
Grata João Figueiredo!
Lindo texto, João!
Reflexão fundamental em nossa caminhada.
Gratidão por essa partilha!!