Educação não violenta

27 - 04 - 22

Você já parou pra pensar ou perceber como você se comunica em suas relações? Já percebeu se a forma com que você se comunica influencia no resultado da comunicação? 

Estas parecem ser perguntas sem relevância quando apenas nos comunicamos e não paramos para dar atenção ao processo e ao produto da comunicação. Imagina só se colocarmos a criança no meio dessa situação, mais delicado ainda… será que estamos nos fazendo compreender e estamos compreendendo quem está do outro lado? 

Marshall Rosenberg, fundador da CNV – Comunicação Não Violenta, foi um Psicólogo norte americano que se inquietou com os métodos tradicionais de resolução de conflitos, sendo assim, pautou-se na comunicação como elemento de conexão consigo e com o outro, que vai além do falar e do ouvir, partindo da mesma concepção de Gandhi sobre não violência, uso de compaixão, compreensão e desenvolvimento de uma cultura de paz.

Marshall Rosenberg

O que é a educação não violenta?

A Educação não violenta nasce desse cenário de comunicação, de desenvolver uma linguagem suave, compreensiva, menos reativa e mais proativa. Não se trata apenas de não gritar, não bater, não agredir. Trata-se de cuidado, de atenção, de pensar antes de falar ou agir, de controlar a impulsividade. 

Educação não violenta é cuidado com a relação, minimizando a distância natural existente entre o adulto e a criança, entendendo que a condição de obediência é conquistada e essa conquista se dá quando se proporciona que as crianças sejam aceitas como são, vivam seus sentimentos, aprendam sobre eles e entendam como e porque eles acontecem diante de cada situação. 

Educação não violenta é permitir que as crianças desenvolvam suas habilidades e, com isso, cresçam mais conscientes de si e de seu funcionamento no mundo. Educação não violenta é permitir que o filho seja, que erre, que recomece, que crie autonomia, que se responsabilize pelas atitudes e escolhas, que saiba que pode contar com pai e mãe.

Em outra oportunidade, nossa trabalhadora Ana Paula já nos convidou a pensar sobre educação socioemocional, em um vídeo sobre “É preciso falar de sentimentos em família”, mostrando a importância de que as crianças sejam educadas para conhecerem, nomearem, falarem sobre seus sentimentos. Pois conhecendo, nomeando e entendendo o que sente, a criança entra em contato com seu próprio funcionamento frente às situações agradáveis ou conflituosas e crescem mais conhecedores de si, sabendo buscar caminhos para lidar com tais situações. Até mesmo porque educação socioemocional não fala apenas sobre a própria criança, fala sobre o outro e, uma vez que somos sujeitos de relação, identificar e entender o que se passa com o outro e seus sentimentos é o caminho para melhorias relacionais na sociedade.  

Educação Não Violenta vem nos incitar a fazer diferente, vem promover uma mudança de pensamento na gente, levando a feitos distintos daqueles que muitos de nós tivemos quando criança – e isso só se faz possível ao entender que castigos, palmadas e gritos podem atender instantaneamente, mas não educam a longo prazo, que é o objetivo de toda formação educacional. 

Vem nos convidar, também, a acolher nossos sentimentos de adulto, que um dia já foi criança, acolher nosso jeito de ser e olhar para aquilo que ainda nos falta, nos convida ao autoconhecimento e ao autocuidado. 

Confere o vídeo que Ana Paula preparou sobre isso, apertando o Play!

Vídeo de Ana Paula – Educação Não Violenta.

O que nos diz a Doutrina Espírita? 

O autoconhecimento, ou conhecimento de si mesmo, é a orientação do O Livro dos Espíritos à pergunta sobre o meio prático mais eficaz para se melhorar nesta vida. A pergunta seguinte, que nada mais é do que um desdobramento da anterior, fala da dificuldade de conhecer-se a si mesmo e a resposta é uma linda narrativa de Santo Agostinho dizendo o q ele procurava fazer diariamente enquanto estava na Terra, questionar-se sobre seus atos, ampliar sua consciência e rever tudo o que tinha feito dia após dia, assim ele conseguia se conhecer e empreender a reforma do que precisava ser melhorado – pois conhecimento de si mesmo é sinônimo de melhoramento pessoal. 

Evolução e melhoramento constantes é o que essa doutrina de amor nos convida a fazer diariamente, com compaixão e amor por nossa história e pelo caminho vivido até agora. Apoiados nestes ensinamentos, nós adultos podemos desconstruir e reconstruir nossas posturas antigas e substituí-las pelas novas, baseadas no conhecimento da Educação Não Violenta.

Para nos ajudar nessa caminhada, nossa trabalhadora deixa o registro da bibliografia citada no vídeo e que servirá de suporte teórico para aprofundar esta temática.

Comunicação Não Violenta | Marshall Rosenberg

O surpreendente propósito da raiva | Marshall Rosenberg

A virtude da raiva | Arun Gandhi

Por que gritamos | Elisama Santos

Conversas corajosas | Elisama Santos

Educação Não Violenta | Elisama Santos

Que tal conhecer um pouco mais do pensamento da autora Elisama Santos?

Interessante esses títulos, não é mesmo? Com eles, temos mais direcionamento sobre a temática e a possibilidade de obter posturas cada vez mais assertivas na condução deste assunto. Nesse caminho, o LIV – Laboratório de Inteligência de Vida, programa que desenvolve educação socioemocional em escolas, realizou uma entrevista com Elisama Santos, autora de alguns livros sobre essa temática, acreditando contribuir na discussão e reflexão da comunicação não violenta na educação das crianças e corroborando com a ideia do programa de que os estudantes sejam estimulados a conhecer seus sentimentos e desenvolver habilidades para a vida atual e futura. 

Dá o play e confere a entrevista com Elisama no canal da LIV no YouTube!

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