Mulheres do Cristianismo| Mãe Menininha

03 - 12 - 21

Em nossa oitava e última indicação da série Mulheres do Cristianismo falaremos de Maria Escolástica da Conceição Nazaré, mais conhecida como Mãe Menininha do Gantois. O livro é “Mãe Menininha do Gantois: Uma biografia”. A obra foi escrita por Cida Nobrega e Regina Echeverrial. 

Neta de escravos, nascida em fevereiro de 1894 em Salvador, Mãe Menininha foi escolhida na infância pelos santos do candomblé como mãe-de-santo do terreiro fundado pela avó. Mesmo criança foi iniciada nos rituais pela tia, sua antecessora e aos 28 anos, assumiu definitivamente o terreiro.

Certa vez ela disse que 

“Quando os orixás me escolheram eu não recusei, mas balancei muito para aceitar”.

Na época, o candomblé vivia uma fase de perseguição pesada. Relegados ao submundo religioso, os rituais terminavam subitamente com a chegada da polícia. Apenas com muita habilidade, ela conseguiu evitar o fechamento do terreiro, sendo a própria Mãe Menininha uma das principais articuladoras para o término das proibições Ecumênicas.

Sincretismo

Nunca deixou de assistir à missa, numa prova de que o sincretismo religioso da Bahia não é mero chavão. Podia comungar pela manhã e celebrar os rituais do candomblé a noite. 

Sem fazer distinções, ela abriu as portas do terreiro para brancos e católicos, uma abertura que, em muitos terreiros, ainda hoje é vista com certo estranhamento. Uma mulher à frente do seu tempo que terminou convencendo os bispos a permitir a entrada nas igrejas de mulheres com os tradicionais vestidos do candomblé. Vestidos que ela mesma exibia com elegância: brancos para Oxalá, dourados para Oxum e azuis para Oxóssi.

Em seu terreiro estava sempre pronta para receber todos de braços abertos, dos mais simples as celebridades e políticos. Distribuía tudo que recebia com os mais necessitados, ajudando-os inclusive financeiramente. Sem preconceito, olhava, apoia, orientava, acarinhava, aos que buscavam ajuda, como a um irmão. 

Ela nos deu o exemplo na prática, de como é viver na caridade, respeitando e amando o próximo, vivenciando um dos mais caros ensinamentos do cristo, aliás muito difícil de ser praticado. 

É Lucia Lyra, nossa trabalhadora da biblioteca que conversa com a gente sobre a história dessa mulher revolucionária e de força inabalável. Ler o livro é uma grande oportunidade de mergulhar na magia do candomblé e de poder observar os ensinamentos do Cristo nos atos e lutas de Mãe Menininha.

Aproveita a dica de leitura e dá o play pra ouvir Lucia!

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